Vou saber ouvir aquilo que tu nunca estiveste disposta a ouvir.
O teu tempo atormenta-me, porque eu ainda tenho uma vida pela frente e o direito de errar.
Não há volta a dar-te.
A minha dor de cabeça é tão forte que nem o silêncio tem permissão para falar.
Foi difícil para ti, eu sei, juro-te que sei, conheço-te, gosto muito de ti.
Mas sabes?
Para mim é mais difícil porque tu não sabes.
E ainda proclamas orgulho em ti quando não fazes sequer ideia.
Quero viver sozinha, não tens o direito de me tirar esse sonho.
Vais ser feliz sem mim, e quando me vires não vais ter tempo para gritar nem para me magoares.
Não sabes.
Eu estou bem e lá vens tu, magoas-me sempre.
E dizes infernos em palavras como se de palavras se tratassem.
Porra, não há ninguém que tenha tanta paciência para te ouvir e ninguém que goste tanto de o fazer. Há alguém mas não te ouve como eu, ouve tudo.
Adoro ouvir-te falar de quando eras feliz, e tudo tinha sentido.
Sabes?
Também tenho planos aos quais vou faltar, mas ao menos tenho planos.
Ao menos tentei, ao menos pensei que conseguia.
E quando conseguir e não gostar?
Volto a tentar.
Quero ser feliz porra,
deixa-me viver.